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Como você encara sua Carreira Profissional?

Cada profissional precisa lembrar-se que, muitas vezes, não é o mais forte ou o mais inteligente que sobrevive aos períodos de maior agitação, mas sim aquele que se adapta melhor e mais rapidamente.

Já não é de hoje que os profissionais, volta e meia, se veem na necessidade de analisar sua própria carreira, trajetória e seus planos de próximos passos.

Aliás, acredito que a obra apresentada logo abaixo, “Hand with Reflecting Sphere”, do artista holandês Maurits Cornelis Escher, nos prove que a auto-observação já é algo fascinante (e ao mesmo tempo angustiante) para os seres humanos desde que o mundo é mundo (e desde que o espelho é espelho).

 

Ao meu ver, uma análise profissional não é muito diferente de qualquer outra análise. Olhe, por exemplo, a imagem já citada:

  1. Em uma rápida análise, o que mais salta aos olhos é que a imagem da pessoa que supostamente está segurando a esfera está sendo refletida. Que esta pessoa tem barba, bigode, está bem vestida e está estendendo sua mão para sustentar a esfera no ar. Os mais observadores talvez tenham se atendado também ao fato de que o rosto do suposto proprietário da esfera está refletido exatamente no centro da mesma.
  2. Já se dedicarmos um pouco mais de observação à obra, talvez percebamos que a pessoa em questão está sentada confortavelmente em uma cadeira e que ela não está isolada na imagem, que existe um contexto, que existem muitos móveis e que, embora ela esteja no centro da esfera, talvez não esteja no centro do local onde se encontra.
  3. E, apenas após termos dado atenção a tudo isso (que é o que instintivamente nosso cérebro fará), é que provavelmente nossas mentes começarão a divagar sobre outros aspectos mais periféricos desta projeção esférica de uma suposta realidade e veremos que há muitos quadros na cena, que o ambiente provavelmente é frequentado por alguém que aprecia bastante a leitura, que há muitos lugares onde visitas poderiam se sentar e que, provavelmente, um cômodo quase inteiro está refletido na esfera, com suas paredes circundando a personagem central e também um teto acima de sua cabeça (e eu, particularmente, reparei que existe uma mesinha próxima à janela na qual deveria ser muito legal sentar para filosofar e “pra ver a banda passar”).

Mas e o que isto tem a ver com uma análise profissional?

Bom, a minha percepção é a de que a análise profissional também pode ser dividida em CAMADAS e que, com o passar do tempo, temos sido obrigados a, cada vez mais, evoluir da avaliação rápida de nossos próprios egos (a imagem apenas da pessoa), para uma análise contextualizada (com cadeiras, móveis e outros elementos coadjuvantes). E o que sinto é que, hoje, não é só a cadeira confortável na qual nos sentamos que faz a diferença em uma observação; é preciso perceber todo o ambiente, é preciso estar atento a detalhes que, muitas vezes, mal chegam a estimular nosso campo visual mas, apesar disto, podem muito bem estar em rota de colisão com nosso futuro próximo.

E quais seriam estas “camadas”?

Encarando a TAREFA com profissionalismo (trabalhador):

Após o advento das produções não voltadas à própria subsistência de uma família ou comunidade, o conceito de “carreira” começou a surgir. Da necessidade de aumentar a produção veio também a necessidade de especialização, de graduações acadêmicas cada vez mais extensas e complexas, de estudar no exterior para trazer inovações, de esforçar-se em suas atribuições para ganhar cada vez mais experiência e por aí vai.

Porém, até bem pouco tempo atrás, após formar-se em uma boa faculdade e entrar em uma grande empresa, o próximo passo seria escolher entre comprar uma casa no campo, na praia ou nas montanhas para ter uma aposentadoria tranquila e feliz. Fazer bem seu trabalho e absorver as novas atribuições que lhes fossem passadas era mais do que suficiente para garantir uma vida profissional satisfatória.

Encarando o CARGO com profissionalismo (profissional):

Porém o tempo passou. Ter uma faculdade no currículo deixou de ser privilégio para poucos. As empresas exageradamente “agigantadas” começavam a se mostrar pesadas demais para se moverem com a agilidade que o mercado começou a pedir. A temível (mas imprescindível) concorrência começou a se proliferar. Os treinamentos internos da empresa passaram a ser insuficientes, era necessário buscar especialização. O “grau superior completo” também deixou de fornecer tudo o que um profissional poderia precisar. Veio a grande febre das pós graduações, dos MBAs, mestrados, doutorados, pós doutorados, certificações etc. etc. etc.

E fazer isso tudo sem um planejamento profissional mostrou-se ser algo extremamente difícil. Um profissional formado e ocupante de uma cadeira em uma empresa sólida já não podia mais começar a pensar imediatamente em como aproveitar sua aposentadoria tranquila e feliz.

Encarando a VIDA profissional com profissionalismo (o profissional profissional):

E eis que chegamos aos alucinantes tempos atuais. O mercado muda com velocidade cada vez mais impressionante. Os consumidores já não querem mais hoje o que queriam ontem. A tecnologia parece tornar as coisas obsoletas em tempos cada vez menores.

Ontem investir em servidores cada vez mais parrudos parecia ser a única estratégia para poder crescer. Hoje veio o Cloud Computing e mudou tudo.

Ontem modelos de desenvolvimento de Software conservadores, seguros e pautados em dezenas de documentos pareciam ser o futuro da computação. Hoje veio o Agile e mudou tudo.

Ontem a programação desktop baseada em poucas linguagens principais era a única opção. Hoje as linguagens, padrões e técnicas se multiplicam a cada dia, juntamente com a quantidade de dispositivos que podem comportá-las.

E o que isso significa?

Significa que não se pode mais traçar uma progressão acadêmica, baixar a cabeça e segui-la à risca de cabo a rabo. É preciso planejar e replanejar constantemente o caminho a seguir, pois o que parece promissor hoje, pode começar a cair em desuso amanhã.

Não se pode mais olhar apenas para seu próprio cargo atual para decidir como especializar-se, é preciso analisar o mercado, desvendá-lo, entende-lo e, muitas vezes, adivinhar seu próximo movimento (dom este que parece ter sido dado a pessoas como Steve Jobs, que talvez tenha mais criado os próximos movimentos do que adivinhado). Deve considerar também o que gosta e tenha paixão de fazer, precisa amar o que faz. Tendo como guia essa chama sempre acesa suas escolhas serão muito mais motivadoras e gratificantes.

E, finalmente e acima de tudo, cada profissional precisa lembrar-se que, muitas vezes, não é o mais forte ou o mais inteligente que sobrevive aos períodos de maior agitação, mas sim aquele que se adapta melhor e mais rapidamente.

Em resumo, o que este artigo diz é que não é mais suficiente que as pessoas tratem suas tarefas corporativas com profissionalismo. É preciso que elas tratem suas próprias vidas profissionais com profissionalismo. É preciso que elas sejam profissionais em serem bons profissionais.

PROVOCAÇÃO:

Você já havia parado para pensar nisso? Você se prepara pensando apenas na tarefa que está executando atualmente, apenas no cargo que está ocupando atualmente ou considera todos os contextos e tendências envolvidos em sua área de atuação? Ou nem ao menos se prepara, e está navegando por este mar revolto apenas torcendo para que as ondas te levem a algum lugar seguro?

Quantos níveis de si mesmo você consegue analisar?

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Colaborou com esta matéria Fábio Hideki Kawauchi. Formado em Ciência da Computação pela Universidade São Judas Tadeu. Há 13 anos atua no mercado de Tecnologia da Informação, tendo também formações complementares em métodos Ágeis de desenvolvimento de Softwares e em Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM). Certificado CBPP (Certified Business Process Professional) pela ABPMP (Association of Business Process Management Professionals). Possui ampla experiência em BPM e BPMS.

 

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